
Desafios da IA exigem foco em requalificação profissional e incentivo à educação tecnológica
Publicado em 08/07/2025
Pesquisa aponta que 53% das empresas enfrentam a falta de funcionários preparados para trabalhar com a tecnologia
A inteligência artificial e a automação já remodelaram o mercado de trabalho. Mais do que um modismo, as tecnologias se tornaram ferramentas de uso diário em todos os setores das empresas, o que representa uma revolução permanente. De acordo com o relatório Futuro do Trabalho, do Fórum Econômico Mundial e da Fundação Dom Cabral, a IA e o Machine Learning devem substituir 92 milhões de postos de trabalho até 2030, o que corresponde a 8% da força de trabalho global. Porém, o estudo também prevê a criação de 170 milhões de novos empregos, gerando um saldo positivo de 78 milhões de vagas.
Daniele Duarte, advogada especializada em Direito do Trabalho da Andersen Ballão Advocacia, destaca que as estratégias empresariais e as políticas públicas precisam trabalhar juntas para garantir que os profissionais se adaptem às novas exigências do mercado. “Além disso, precisamos de novas normas legais compatíveis com a realidade para que todos naveguem por essas mudanças com segurança jurídica.”
Gargalos da baixa qualificação
Dados da Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES) mostram que 8 em cada 10 companhias no Brasil já utilizam IA, mas a escassez de profissionais qualificados é um grande gargalo. A pesquisa aponta que 53% das empresas enfrentam a falta de funcionários preparados para trabalhar com IA, e 44% citam a escassez de pessoal qualificado como um desafio crucial. Além disso, 39% das organizações se preocupam com a falta de regulamentação da IA no Brasil. “Essa escassez de talentos qualificados, combinada com a necessidade de adaptação, reforça a importância de investir em programas de capacitação contínua”, afirma Daniele Duarte.
A advogada explica que o processo de automação está criando um descompasso no mercado de trabalho. Um ponto que torna esse contexto mais complexo é o fato de que o Brasil enfrenta desafios específicos, como a baixa qualificação da população ativa, com 54,5% da população adulta possuindo apenas o ensino médio completo, conforme dados da PNAD Contínua. “A falta de educação digital amplia a exclusão social e limita a adaptação ao novo mercado de trabalho”, diz Daniele.
Atuação das organizações
As empresas desempenham um papel nesse processo de adaptação. O uso de IA pode melhorar a eficiência operacional e a experiência do cliente, mas exige um investimento contínuo em educação corporativa. A tecnologia oferece aos profissionais mais oportunidades criativas e menos trabalho repetitivo, mas isso exige letramento digital. “O futuro do trabalho exige uma combinação de habilidades técnicas e comportamentais. As empresas devem estar atentas a essa necessidade ao implementar programas de treinamento”, conclui Daniele Duarte.
Diante dessas transformações, a advogada orienta que os profissionais também adotem uma postura proativa em relação à qualificação. “É essencial investir em habilidades técnicas, como o domínio de novas tecnologias e análise de dados, além de competências humanas que as máquinas não conseguem replicar, como criatividade, inteligência emocional e pensamento crítico.” Para a especialista, profissionais incentivados a abraçar essas competências e com acesso à capacitação, via privada ou pública, estarão melhor preparados para garantir seu lugar em um mercado dinâmico e em constante evolução.
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