
Cultura de doação precisa continuar no pós-pandemia
Publicado em 05/08/2020
A filantropia aumenta em tempos de crise, mas ela precisa integrar nossa mentalidade em prol de um maior desenvolvimento
Apesar da terrível crise sanitária pela qual passa o Brasil, quando o assunto é a cultura de doação, os números são otimistas, mesmo com os grandes desafios que as instituições filantrópicas enfrentam. O papel do Terceiro Setor é mais que essencial para o desenvolvimento de um país, e, nos momentos de crise, essa realidade se torna mais que evidente.
De acordo com a edição 2020 do relatório Brasil Giving Report – Um Retrato da Doação no Brasil, oito em cada dez brasileiros (82%) acreditam que as organizações da sociedade civil (OSCs) apresentaram um impacto positivo no país no último ano. Na pesquisa anterior, 73% dos brasileiros tinham essa percepção. A visão positiva em relação às OSCs se reflete no aumento das doações durante a crise causada pela covid-19. Para Marcella Souza, coordenadora do Departamento de Assuntos Culturais e de Terceiro Setor da ABA, as pessoas começaram a entender e perceber a diferença que as organizações fazem na sociedade.
“Temos que aproveitar o momento de crise para enxergar oportunidades. Vejo que a percepção da sociedade mudou com a realidade da pandemia, passando a valorizar mais o terceiro setor. Acredito que ainda temos um caminho longo pela frente, mas a consciência e o comportamento das pessoas mudaram e precisamos garantir que, depois desse difícil período, essa cultura se perpetue”, analisa.
O relatório Brasil Giving Report traz um dado importante com relação às causas que estimulam a maior parte das doações no país. São elas: organizações religiosas e igrejas (49%), crianças ou jovens (39%) e o combate à pobreza (30%). A proporção de brasileiros que fazem trabalho voluntário não muda desde 2017, atingindo metade dos entrevistados (53% em 2019 e 2018 contra 52% em 2017). Entre as principais razões para doar descritas pelos brasileiros estão: “porque me sinto bem” (52%); “me preocupo com a causa” (44%) e “quero ajudar as pessoas menos favorecidas” (43%).
A advogada reforça a importância da análise dos dados para criar estratégias de campanhas mais eficientes e que ultrapassem fronteiras. “Para criarmos ações fortes, precisamos cada vez mais investir em dados e atingir as pessoas de forma assertiva. O engajamento da sociedade está maior, porém, não podemos deixar que isso acabe quando tudo se regularizar. O brasileiro precisa continuar os investimentos nas organizações filantrópicas, pois, paralelamente ao governo, elas auxiliam no desenvolvimento da sociedade e, muitas vezes, chegam a lugares que, infelizmente, o governo não consegue atender”, revela.
Comunicação Andersen Ballão Advocacia
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