
Recorde de patrocínios olímpicos: o impacto do investimento social privado no esporte brasileiro
Publicado em 04/09/2024
País bate novo recorde com 21 patrocinadores: aumento de 61% em relação a Tóquio 2020.
O esporte tem se consolidado como um dos maiores agentes de transformação social no Brasil, promovendo inclusão, desenvolvimento e superação de desafios. No entanto, a realidade de muitos atletas brasileiros ainda é marcada por dificuldades financeiras e falta de incentivo, o que frequentemente resulta em oportunidades perdidas. Em um cenário de crescente potencial para o investimento social privado, novas perspectivas estão surgindo, especialmente com o aumento significativo no número de patrocinadores que apoiaram os atletas brasileiros nas Olimpíadas de Paris 2024.
A Revolução dos Patrocínios nas Olimpíadas de Paris
Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 determinaram um marco histórico para o Brasil, com a equipe nacional alcançando um recorde de 21 patrocínios oficiais. Este número representa um impressionante aumento de 61% em comparação com os 13 patrocinadores das Olimpíadas de Tóquio 2020. Este crescimento reflete não apenas o sucesso e o prestígio dos atletas brasileiros, mas também a crescente confiança e investimento do setor privado no potencial transformador do esporte.
De acordo com dados do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a arrecadação com patrocínios no ciclo olímpico de 2021-2024 alcançou R$ 105,5 milhões. Este aporte financeiro é fundamental para a preparação e o desempenho dos atletas, permitindo-lhes competir em nível internacional e representar o Brasil com excelência.
A lista de patrocinadores deste ciclo é vasta e diversificada, abrangendo mais de 10 setores distintos. Muitos desses contratos se estenderão até o final de 2024, com alguns já garantidos até os Jogos Olímpicos de 2028.
Desafios Persistentes e Oportunidades Futuras
Apesar do sucesso em angariar novos patrocinadores, os desafios permanecem. Muitos atletas ainda enfrentam dificuldades financeiras que podem limitar seu potencial e comprometer suas performances. O investimento social privado pode ser um catalisador para mudar essa realidade, oferecendo mais oportunidades e suporte contínuo.
Para Marcella Souza Carvalho, coordenadora do Departamento de Assuntos Culturais e Terceiro Setor da Andersen Ballão Advocacia , iniciativas privadas têm o potencial de complementar o financiamento público e proporcionar uma base mais sólida para o desenvolvimento de talentos. Programas de patrocínio bem estruturados não apenas ajudam a cobrir despesas básicas, mas também proporcionam recursos para treinamento especializado, equipamentos de alta qualidade e experiências de competição internacionais. Ela enfatiza que “as políticas públicas de incentivo ao esporte também devem ser constantemente ampliadas/potencializadas, para que a iniciativa privada venha sim ser um complemento de uma base mais sólida. Até porque a transformação social por meio do esporte é uma realidade palpável e o crescente interesse e investimento do setor privado são passos importantes nessa direção. Com o apoio adequado, o Brasil pode não apenas melhorar seu desempenho olímpico, mas também garantir um futuro mais promissor para os atletas em todos os níveis, além é claro, do impacto positivo que esse tipo de patrocínio gera para as empresas investidoras” .
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